17.4.06

SETI Óptico

O dia 11 de abril 2006 poderá vir a entrar para a história: a Sociedade Planetária (http://www.planetary.org/home/) colocou em operação um novo telescópio no Observatório de Oak Ridge em Massachussets. Este telescópio de última geração está desenhado exclusivamente para a busca de sinais de luz procedentes de civilizações alienígenas. Este estranho objeto, que não se parece com nada do que conhecemos, representa um dos projetos SETI mais ambiciosos jamais realizados: um telescópio óptico dedicado exclusivamente a busca de vida extraterrestre. No dia 11 de abril 2006, o telescópio apontou seu espelho gigante para céu pela primeira vez e começou sistematicamente a buscar sinais de luz de uma eventual civilização alienígena. Desde sua fundação, idealizada por Carl Sagan e Frank Drake, a Sociedade Planetária tem sido um paladino da Busca de Inteligência Extraterrestre, utilizando diferentes enfoques. Agora, depois de décadas de escuta de sinais de ondas de rádio, a Sociedade Planetária voltou seus olhos aos céus para buscar possíveis sinais de luz. De acordo com os defensores do SETI óptico, as civilizações alienígenas poderão utilizar sinais visíveis de luz para comunicar-se assim como sinais de transmissões de rádio. A luz visível viaja facilmente pelo espaço, sofrendo muito pouca interferência. Um raio de luz brilhante e compacto, como é o caso do laser, pode ser dez vezes mais brilhante que o Sol e ser facilmente observável desde enormes distâncias. Diferente das ondas de rádio, os sinais de luz de raios laser são também unidirecionais, tornando possível a determinação de seu ponto de origem com uma grande precisão, e – devido a suas freqüências mais altas – podem ser usados para enviar enormes quantidades de informação. Por último, há uma consideração prática: o rádio SETI requer serviços complexos e caros; um projeto óptico SETI é mais simples e mais barato. Aqui, há a outra face da moeda: no caso de feixes de luz, só se torna possível a detecção desde que estejam direcionadas ao nosso sistema. Já no caso de ondas de rádio é possível detectá-las mesmo que não estejam intencionalmente direcionadas para nós, bem como até captar possíveis “linhas cruzadas”. Detalhes Ópticos do novo telescópio SETI O novo equipamento, com seu espelho primário de 72", não somente é o maior telescópio dedicado ao SETI; é também é um dos maiores telescópios óptico dos EUA. Os telescópios refletores usam um espelho capaz de capturar a luz, enquanto que os refratores usam um lente. Este possui um espelho circular com um diâmetro de 1,8 metros. Os espelhos da maioria dos telescópios têm curvaturas parabólicas, porque a curvatura esférica faz com que as imagens nos limites do campo visual se tornem borradas. Como o telescópio óptico SETI não será usado para questões estéticas, isto não importa. Optou-se então por um desenho esférico, mais simples e mais barato também. Os chips comerciais disponíveis careciam da combinação de características necessárias para um SETI óptico. Os requisitos incluíam digitalização rápida e precisa, processamento de dados em tempo real, câmbio de sinal rápido e paralelismo de dados para alojar todos os sinais produzidos pelos 1.024 pixéis da câmara. Desenhou-se com êxito,pare esse fim, um chip denominado "PulseNet". São trinta e dois "PulseNets" no núcleo de computação da câmara do telescópio. Cada chip “PulseNet” contém um quarto de milhão de transistores! São 1.024 pixéis na câmara, cada um funcionando como um foto detector independente. Quando o telescópio está em operação, a câmara processa 3,5 terabits de dados a cada segundo! Para se ter uma idéia do que isto significa, é comparável, grosso modo, a escanear o conteúdo de todos os livros que já foram impressos até hoje, a cada segundo.

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